Quinta, 28 Março 2024

1. Conceito


A Globalização foi um conjunto de transformações nos âmbitos econômicos, sociais, culturais e políticos que marcou uma nova ordem mundial e a ascensão do modelo econômico capitalista.

O processo de globalização estreitou as relações comerciais entre os países e as empresas. As multinacionais ou transnacionais contribuíram para a efetivação do processo de globalização, tendo em vista que essas empresas desenvolvem atividades em diferentes territórios. Outra faceta da globalização é a formação de blocos econômicos, que buscam se fortalecer no mercado que está cada vez mais competitivo.

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Fig.1: Globo terrestre representando a integração dos países na globalização.

1.1 Vantagens e Desvantagens

Hoje uma empresa produz um mesmo produto em vários países e os exportam para outros, também podemos observar a fusão de empresas, tudo isso tem como objetivo baixar custos de produção, aumentar a produtividade, então produtos semelhantes são encontrados em qualquer parte do mundo. Analisando a Globalização podemos destacar o lado positivo como: o intercambio cultural e comercial entre nações, importante para todos os povos, os riscos reais, entre outros. O lado negativo: a Globalização é crescente os povos ficam a cada dia mais interdependentes, porém os países desenvolvidos são os maiores beneficiados ficando cada vez mais ricos, enquanto os países em desenvolvimento ficam cada vez mais pobres. (Saiba mais, conheça as "Consequências da Globalização")

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Fig.2: Imagem que representa a mundialização do comércio, uma vantagem para o consumidor mas uma desvantagem para os países subdesenvolvidos e emergentes que ficam cada dia mais interdependentes.

2. História


2.1 Origem


Apesar do termo “globalização” ser relativamente novo, a interação de diversas nações já ocorre há milhares de ano. Há quem diga que o processo de globalização iniciou com o mercantilismo, já que a relação de troca comerciais e a descoberta de novos territórios proporcionaram uma troca também cultural.

No século XV, a religião, cultura, língua, e muitos outros fatores sociais e culturais começaram a existir e a se misturar além de suas fronteiras. A Rota da Seda que ligava a Ásia, África e Europa é um bom exemplo do poder transformador de troca que existia no "Velho Mundo". E, com o passar dos séculos, os europeus fizeram relevantes descobertas em suas explorações marítimas, inclusive para o “Novo Mundo” das Américas. A Revolução Industrial foi outro fator que permitiu o avanço de países industrializados sobre o restante do mundo.

Esse fenômeno de expansão e integração continuou aumentando através dos tempos até que, no início do século XIX, o desenvolvimento tecnológico que trouxe o desenvolvimento de novas formas de transporte (navio a vapor) e a telecomunicação muito mais rápida permitiram que o intercâmbio de informações se tornasse cada vez mais ágil, ligando e integrando as nações cada vez mais.

Entretanto, a visão mais aceita pelos estudiosos é que a globalização realmente começou no final do século XX, logo após a queda do socialismo no leste europeu e na União Soviética, sendo o final da Guerra Fria. O neoliberalismo, que ganhou força na década de 1970 causado também pelo refluxo capitalista com a estagnação econômica da URSS ou ainda do próprio fim da Segunda Guerra Mundial. A necessidade de expandir seus mercados levou aos países começarem a aceitar a negociação e o recebimento de produtos de outros países, marcando o crescimento da ideologia econômica do liberalismo. (Saiba mais, conheça as "Fases da Globalização").

2.2 A Globalização no Cenário Atual

É impossível pensar em globalização sem relacioná-la à internet. A internet foi capaz de aproximar ainda mais as fronteiras e facilitar ainda mais as redes de comunicações. Hoje em dia, as pessoas são capazes de saber de uma notícia que ocorreu há alguns minutos em frações de segundos. Tudo isso a distância de um clique.

Além disso, a globalização foi fator determinante para a mudança nas relações comerciais e financeiras, criaram-se blocos econômicos, outras maneiras de se relacionarem economicamente, além de descentralizar o poder que um pais havia sobre o outro. As principais empresas beneficiadas dentro disso são as transnacionais.

Junto com a televisão, a rede mundial de computadores quebra barreiras e vai, cada vez mais, ligando as pessoas e espalhando as ideias, formando assim uma grande Aldeia Global. Saber ler, falar e entender a língua inglesa torna-se fundamental dentro deste contexto, pois é o idioma universal e o instrumento pelo qual as pessoas podem se comunicar.

Além desses fatores econômicos e sociais, a globalização também interfere em muitos outros aspectos culturais que pode ser notado no cotidiano. O grande fluxo de informações obtidas por meio de programas televisivos e, principalmente, pela internet, exerce influência nos hábitos alimentares (instalação de redes fast-food), linguístico (a criação de gírias e de novas formas de comunicação, principalmente pela internet), comportamentais e até de vestimenta.

Para encarar todas estas mudanças, é necessário manter-se atualizado e informado, pois a todo momento há um imenso bombardeamento de informações e novas descobertas em todos os setores, tanto na música, como na Ciência, na Economia e na Política.


3. Teorias da Globalização


Há a existência de muitas linhas teóricas que tentam explicar a origem e o impacto da globalização no mundo atual. A globalização é vista por alguns cientistas políticos como um movimento que ampliou a hegemonia econômica, política e cultural ocidental sobre os demais países; outros dizem que ela é a reinvenção do processo expansionista americano no período pós-guerra-fria com a imposição, sendo ela forçosa ou não, dos modelos políticos, ideológico e econômico.


3.1 Antonio Negri


Ele defende que a nova realidade sócio-política do mundo é definida por uma forma de organização diferente da hierarquia vertical ou das estruturas de poder "arborizadas" (partindo de uma estrutura central que se ramifica em estruturas cada vez menores).

Para o pensador, esta nova dominação é chamada de “Império” e é constituída por redes assimétricas com relações de poder que se dão mais por via cultural e econômica do que uso coercitivo de força. Negri afirma que entidades organizadas como redes têm maior força, mobilidade e são mais capazes de sobreviver do que instituições mais tradicionais da atualidade.


3.2 Mário Murteira


Ele é autor de uma das teorias científicas mais consistentes sobre a globalização e defende que houve uma maior descentralização, deixando a parte Ocidental do mundo de ser o foco na globalização, visto que é demonstrado nos dias atuais que os países do Oriente, tal como a China, são os principais atores atuais do processo de Globalização no século XXI.

De acordo com o economista, a globalização está relacionada com um novo tipo de capitalismo em que o mercado de conhecimento é o elemento principal no processo de acumulação de capital e de crescimento econômico.

3.3 Daniele Conversi


Ela acredita que ainda não há uma definição coerente e universal. Conversi analisa a 'globalização cultural' de tal forma:

  1. Concentrando-se nos efeitos políticos das alterações socioculturais, que se identificam com a 'insegurança social'.
  2. Chamada de 'falha de comunicação', a ordem mundial atual tem uma estrutura verticalizada no formato piramidal em que diversos grupos sociais têm cada vez menos oportunidades de interagir entre si de forma a manter uma boa comunicação e suas tradições. Visto dessa forma, está ocorrendo uma erosão do entendimento, sob a fachada de uma homogeneização global causando o colapso da comunicação em lugares que denotam menos influência sob o poderio de nações mais desenvolvidas, em consequência direta de uma 'americanização' superficial.
  3. Nessa linha de raciocínio, Conversi lida com a globalização de uma forma mais real: a importância crescente do movimento de populações na política internacional e no nascimento do que se chamou de 'nacionalismo de e-mail" - uma expressão criada por Benedict Anderson (1992). "A expansão da Internet propiciou a criação de redes etnopolíticas que só podem ser limitadas pelas fronteiras nacionais às custas de violações de direitos humanos".

3.4 Samuel P Huntington


Huntington enxerga a globalização como um processo expansionista da cultura ocidental e do sistema capitalista sobre as pessoas e a produção no mundo e, para ele, isso conduziria inevitavelmente a um "choque de civilizações".

4. Características do Mundo Globalizado


As características da globalização podem ser assim resumidas em:

  1. Internacionalização da produção e das finanças;
  2. Alteração na divisão internacional do trabalho, ou, antes, criação de uma nova divisão de trabalho dentro das próprias empresas transnacionais, e que a distribuição das funções produtivas não se encontrava mais concentrada em um único país, mas sim espalhadas por vários países e continentes (por exemplo, um país fabrica um componente do produto, um segundo fabrica outro, um terceiro faz a montagem e o centro financeiro e contábil da empresa fica em um quarto país);
  3. O grande movimento migratório do hemisfério sul para o norte;
  4. A questão ambiental e a sua importância nas discussões internacionais;
  5. O Estado passa de protetor das economias e provedor do bem estar social, a adaptar-se à economia mundial ou às transformações do mundo do que ela própria e a exaltação do livre mercado provocam. (Saiba mais, conheça o termo "Zona de Livre Comércio")
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Fig.3: A globalização e a principal forma de integração entre nações: a comunicação.

4.1 Capitalismo x socialismo


Como já foi dito, a globalização surgiu marcando a ascensão do modelo econômico capitalista na maioria dos países do globo terrestre e atende, principalmente, os países mais ricos. Tudo isso ocorreu pela falência do sistema socialista de economia, fazendo com que o capitalismo se tornasse predominante no mundo. A consolidação do capitalismo iniciou a era da globalização, principalmente, econômica e comercial; de forma que pudessem buscar novos mercados, tendo em vista que o consumo interno se encontrava saturado.

4.2 Blocos econômicos


A criação dos blocos econômicos foi outra mudança característica dessa nova ordem mundial que surgiu juntamente com a globalização. Hoje em dia, não há países que possuem o poder centralizado sobre os outros e, sim, um conjunto deles que possuem suas limitações dependendo do âmbito mundial em que se compreende.

Blocos econômicos representam a união de países com o interesse de fortalecer, principalmente, as relações comerciais entre eles. Essa união pode significar uma facilitação entre o transporte de produtos, pessoas, moedas e muito mais entre esses países, sendo assim, eles podem possuir diversas vantagens quando comercializam produtos entre si, podendo significar até na isenção do pagamento de taxas alfandegárias. Os que existem são: ALCA (Acordo de Livre Comércio das Américas), APEC (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico), MERCOSUL (Mercado Comum do Sul), NAFTA (Acordo de Livre Comércio da América do Norte), União Europeia, CEI (Comunidade dos Estados Independentes).

4.3 Tigres Asiáticos e Pumas do Pacífico


Os Tigres Asiáticos é um grupo de países compostos por Taiwan, Cingapura, Hong Kong e Coréia do Sul que, por produzir uma grande diversidade de produtos e a baixo custo, tornou-se extremamente competitivo no mercado externo. Assim, seu nome vem exatamente dessa agressividade no mercado externo. Apesar de todos esses indicadores que esses países possuem, eles possuem uma grande falha, que é a dependência de capital externo em função de suas economias estarem baseadas apenas nas exportações.

Atualmente já surgiu um outro grupo de países com a mesma promessa: os Pumas do Pacífico. É o grupo de países compostos por México, Colômbia, Peru e Chile que se aproxima dos Tigres Asiáticos por terem uma estratégia que se provou bem-sucedida na Ásia Oriental para se integrar mais plenamente à própria Ásia Oriental. Eles são um modelo emergente para mercados emergentes e, mesmo que não sendo na mesma escala, já possuem essa agressividade característica dos Tigres no mercado.

4.4 Preocupação ecológica


A globalização trouxe consigo uma conscientização em torno do assunto ambiental diferente do passado já que ela é considerada a Era do Consumo que também trouxe muitas consequências negativas ao meio ambiente, como a contaminação de ambientes naturais.

Por muito tempo os impactos eram somente extremamente agressivos e negativos para o meio ambiente. Os interesses das corporativas capitalistas são baseados nas explorações de matérias-primas da natureza de maneira insustentável, poluindo e contaminando-o. (Saiba mais , conheça o termo Energia Limpa)

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Fig.4: Charge de Karry, mostrando exatamente a 'norte-americanização' que o mundo sofreu com a globalização.


5. Impactos da Globalização

5.1 Comunicação


Já foi demonstrado que a comunicação foi uma das principais vertentes causadoras dessa mundialização e interligação de todas as nações do mundo: seu avanço nos últimos tempos traz uma grande facilidade para qualquer pessoa agregar conteúdo sobre os mais diferentes países, sendo isso utilizado para obter vantagens pessoais, comerciais e muito mais.

As inovações tecnológicas, principalmente nas telecomunicações e na informática, promoveram o processo de globalização. A partir da rede de telecomunicação (telefonia fixa e móvel, internet, televisão, aparelho de fax, entre outros) foi possível a difusão de informações entre as empresas e instituições financeiras, ligando os mercados do mundo.

5.2 Transportes

A melhoria dos transportes, principalmente do transporte marítimo que é onde ocorre grande parte das transações comerciais (importação e exportação), foi capaz de reduzir as fronteiras entre os países; dessa forma, desenvolvimento no fluxo comercial mundial tem como principal fator a modernização dos transportes.
O transporte marítimo possui uma elevada capacidade de carga, que permite também a mundialização das mercadorias, ou seja, um mesmo produto é encontrado em diferentes pontos do planeta.


5.3 Cotidiano

Pela facilidade da informação e do conhecimento de culturas diferentes, isso acaba influenciando no cotidiano da maioria das pessoas. O modo de vida, costumes até os hábitos alimentares passaram por uma grande transformação e uma grande rede de influência acabou por se denotar. Muitos dizem que houve uma “norte-americanização” no mundo, mas, como o poder na globalização não é centralizado, não é algo que pode ser afirmado com tanta veemência.

Um exemplo disso é que a dieta global vem se deteriorando com o passar do tempo e muitos atribuem isso à globalização. Com o processamento de alimento ricos em açúcares, gorduras e amido, houve um crescimento em um tipo de consumo alimentar que é parcialmente responsável pela adoção de uma alimentação de má qualidade em alguns países no continente Africano e Asiático, isso se deu, em parte, devido à incorporação de costumes das dietas ocidentais.


5.4 Economia

Como já foi dito, o surgimento dos blocos econômicos foi resultado desse processo econômico e trouxe uma nova forma de ordem mundial. O impacto causado pela globalização no mercado de trabalho, no comércio internacional, na liberdade de movimentação e na qualidade de vida da população varia a intensidade de acordo com o nível de desenvolvimento das nações e da influência que ela exerce perante a outras economias.

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Fig.5: O empresário e a facilidade que a globalização trouxe ao processo econômico externo.


6. Globalização e o Mundo Empresarial


Esse processo ocorre de diferentes modos e, assim, traz consequências singulares a cada nação: tudo depende das suas qualidades e influências que esse país exerce sobre os outros. Os países desenvolvidos são os principais beneficiados pela globalização, pois, entre outros fatores, elas expandem seu mercado consumidor por intermédio de suas empresas transnacionais.


6.1. Transnacionais

A globalização é considerada a Era das Transnacionais, pois esse fenômeno da mundialização do capital faz com que haja um grande facilitador para que elas criem suas matrizes em países desenvolvidos enquanto atuem com suas filiais e meios de produção em países subdesenvolvidos ou emergentes em que eles possuam vantagens fiscais (isenção de impostos, por exemplo) ou redução de custos em relação aos insumos (mão de obra barata, por exemplo), tudo isso visando o aumento da lucratividade e a expansão do mercado consumidor.

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Fig.6: Mundo globalizado e transnacionais no controle: bom para quem?

6.2 As empresas mais globalizadas


Uma empresa é considerada globalizada de acordo com seu faturamento superior a 1 bilhão de dólares e que tenham 10% ou 500 milhões de dólares de receitas vindas do exterior de 13 diferentes partes do mundo. De acordo com a lista de 100 empresas divulgada The Boston Consulting Group (BCG) em 2014, as chinesas são a grande maioria: 23 empresas fazem parte do levantamento. A Índia possui 18 companhias entre as mais globalizadas do mundo e o Brasil possui 13 companhias.

7. Globalização e o Brasil


A globalização no Brasil é considerada um fenômeno tardio, já que demorou para que ele conseguisse adquirir importância e força no mercado externo e entender a importância de se manter integrado dentro dessa Nova Ordem Mundial. Hoje em dia, ele é o país que mais exerce influência dentro do Mercosul e, de acordo com um artigo da revista América Economia de 2014, entre as 20 empresas latino-americanas que possuem maior influência global, 5 são brasileiras (Latam, Odebrecht, Gerdau, Vale e Marfrig). A mexicana Cemex lidera, seguida pela JBS.

Referências

PILETTI, N., PILETTI, C. História e Vida Integrada. 3 ed. São Paulo: Ática, 2009.
ARAUJO, R., GUIMARÃES, R., RIBEIRO, W. Construindo a Geografia. 2 ed. São Paulo: Moderna, 2009.
de ALMEIDA, L., RIGOLIN, T. Geografia. 3 ed. São Paulo: Ática, 2008.

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