Sexta, 27 Dezembro 2024

O porto brasileiro responsável, em 2013, por 25,4% da Balança Comercial Brasileira, alcançando a participação de US$ 122,5 bilhões, e o maior da América Latina, trocou seu comando nesta quinta-feira (24/4), na sede da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), em cerimônia concorrida que reuniu, além de autoridades, políticos e técnicos, uma parte expressiva do “PIB” portuário nacional. Sai Renato Barco e entra Angelino Caputo e Oliveira, ambos engenheiros. Ao contrário do seu antecessor, Caputo não fez sua carreira profissional de 30 anos nos portos nacionais, mas no Banco do Brasil (BB), especificamente nas áreas de Tecnologia da Informação (TI) e comunicações. O ministro da Secretaria de Portos (SEP), Antonio Henrique Silveira, destacou característica do ex-funcionário do BB como fundamental para os novos desafios do Porto de Santos: especialista em gestão de projetos e controles internos, “aspecto importante para a governança moderna”.

Foto: Paulo Silveira/Codesp

Novo presidente da Codesp traz experiência de gestão
do Banco do Brasil, 
onde trabalhou por 30 anos

O primeiro contato do novo presidente do Porto de Santos com o setor se deu quando assumiu o cargo de assessor especial da Casa Civil da Presidência da República, em julho de 2013 e ainda na gestão da ex-ministra Gleisi Hoffmann. A partir de então, ele passou a integrar grupo de trabalho (GT) responsável em elaborar propostas para a modernização do setor. Essa é, inclusive, segundo ele, o “pano de fundo” do novo marco regulatório dos portos brasileiros (Lei 12.815/2013), modernizar o setor e reduzir o custo logístico das exportações brasileiras, dando-lhes maior competitividade no mercado mundial. “Nesse sentido, a lei tem dois pilares fundamentais: a ampliação da infraestrutura portuária, com investimentos públicos e privado, e a melhoria da gestão portuária.”

Ele destacou que a missão continua sendo fortalecer o porto público e que o marco regulatório, aprovado no ano passado, prevê a possibilidade de se ter, no futuro, portos organizados totalmente concedidos à iniciativa privada e o fim de qualquer restrição à movimentação de cargas de terceiros nos Terminais de Uso Privativo (TUPs).

Caputo agradeceu a confiança do governo federal por sua indicação à presidência do maior porto brasileiro e acredita que o seu trabalho será facilitado pelas condições atuais do complexo portuário santista, relacionadas à gestão de Renato Barco, à frente da Codesp desde junho de 2012. Todavia, apresentou seis itens definidos no GT da Casa Civil, que deverão balizar seu mandato: rever processos portuários para agilizar as operações, como atracação/liberação de navios e embarque e desembarque de cargas; rever modelos internos e estrutura da autoridade portuária; revisar os estatutos sociais da Codesp, trabalho que será realizado também nas setes companhias docas; regulamentar o artigo 64 da Lei dos Portos, que prevê a definição de metas empresariais para as autoridades portuárias; criação do honorário variável mensal para os diretores das empresas; e regulamentação do artigo 63 da legislação portuária, que estabelece processos simplificados de contratação para dar celeridade às licitações.

O ministro dos Portos afirmou que Caputo assume a Codesp orientado pela discussão que se delineou em Brasília e com o compromisso da presidente Dilma Rousseff em promover profundas mudanças de gestão nos portos nacionais. Disse, ainda, que as mudanças sempre trazem incertezas e dúvidas e que, nesses momentos, a “rádio corredor” fica forte dentro da empresa.

Portuário de carreira
O ex-presidente Renato Barco ao entregar o cargo, bastante emocionado, ressaltou que o momento era de despedida, agradecimentos e reflexões e que tal sentimento especial se devia por ser portuário de carreira, “totalmente construída dentro desse porto”. O ex-dirigente apresentou alguns números econômicos para atestar o bom desempenho da Codesp, nos últimos cinco anos, período em que esteve na diretoria da empresa. “Acumulamos um crescimento de 104%, partindo de R$ 69,7 milhões, em 2009, para R$ 142,3 milhões, em 2013”, citou, acrescentando que deixa a empresa com um caixa que lhe permite fazer frente aos seus compromissos e realizar investimentos.

Entre as realizações ressaltadas por Barco estão o equacionamento de pendências contratuais de grandes dívidas de arrendatários com a Codesp, a implantação do Porto sem Papel, remodelação de linhas férreas, reforço dos píeres de acostagem da Alemoa, realização de dois concursos públicos para preenchimento de vagas, implementação de dois pátios reguladores, dragagem de aprofundamento, entre outras.

A posse de Angelino Caputo e Oliveira como presidente da Codesp teve a participação do secretário executivo da SEP, Eduardo Xavier, e contou com a presença de autoridades como o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa, o capitão dos portos de Santos, Ricardo Fernando Gomes, representantes das prefeituras de Guarujá e Cubatão, dirigentes sindicais e empresariais do setor portuário.

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