Sábado, 04 Mai 2024

Hoje, falaremos de como os vagões são organizados nos trens de carga

 

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Ao contrário dos caminhões que podem ser manobrados facilmente e têm a carga completa para um determinado destino, os trens são composições de vagões, alguns com até 100 unidades, com diversas cargas para destinos distintos e exigem grandes áreas para efetuar manobras.

 

Com exceção dos trens unitários, isto é de um só tipo de carga, como por exemplo, minérios, carvão, grãos agrícolas (trigo, soja ou milho), a maioria dos trens de carga são compostos por diversos tipos de mercadorias.

 

Por outro lado, se os trens de minério saem mina para o porto de exportação, e neste caso são denominados direto, os trens de carga geral têm uma infinidade de origens e destinos ao longo de toda a malha ferroviária.

 

Mesmo os trens de grãos, que têm a origem nas regiões de produção agrícola e os destinos nas áreas de consumo e também portos exportadores, ainda que em mais pontos que os trens de minério, a operação de trens diretos e unitários é bastante utilizada face as grandes tonelagens movimentadas.

 

Entretanto, para a montagem de um trem de carga geral é necessário uma organização racional e rápida dos vagões, condições que exigem grandes superfícies, equipamentos adequados e operação eficiente. Essas aéreas são denominadas de pátios ou estações de triagem.   

 

 

 

Pátio de formação de trens unitários e diretos de carga a granel

 

 

O encaminhamento, dos vagões isolados ou conjunto de vagões com pequena tonelagem de carga, é efetuado segundo o esquema descrito a seguir:

 

A partir dos pontos ou estações onde eles são carregados, os vagões são conduzidos até um pátio ou estação de triagem onde eles serão reagrupados segundo suas destinações. Dali, eles seguirão diretamente ao destino, ou após uma escala em outra estação de triagem intermediária da qual depende a estação destinatária.

 

Os procedimentos com os vagões são similares aos utilizados pelos passageiros da ferrovia quando fazem as conexões ou baldeações necessárias para ir de uma cidade a outra quando elas não são ligadas por uma linha direta.

 

Na França, metade da tonelagem de mercadorias transportadas pela SNCF, é encaminhada por trens completos e diretos, mas a outra metade é constituída por vagões isolados ou pequenos grupos destes, que caracteriza o lote de carga das médias e pequenas empresas.

 

 

Pátio ou estação de triagem para trens de carga geral

 

No pátio de triagem, um primeiro feixe de linhas ferroviárias, na entrada do mesmo, é denominado feixe de recepção. Os vagões são para lá conduzidos depois de uma triagem anterior ou por estações expedidoras vizinhas através de trens coletores. No feixe de recepção, os vagões são preparados para a triagem, quer dizer são desengatados e identificados por tipo de carga e estação de destino.   

 

Um segundo feixe, de formação de trens, separa os vagões de acordo com os destinos formando outros trens.

 

O feixe de formação está ligado ao feixe de recepção por uma passagem, para onde todas as linhas dos feixes convergem. Esse ponto localizado em uma elevação é denominado de corcova de desmembramento.

 

Do feixe de recepção, os vagões são empurrados por uma locomotiva de manobra até a elevação da corcova. Passado o cume, os vagões descem por gravidade para o feixe de formação dos novos trens e através de agulhas e desvios são conduzidos para cada linha de acordo com os diferentes destinos. Para evitar o forte choque entre o vagão que está descendo e os outros que já estão no feixe de formação, os trilhos deste feixe dispõem de freios que desaceleram o vagão que está se deslocando.

 

 

Esquema dos feixes de recepção e formação de trens

da estação de triagem de Mulhouse no leste da França

 

Os novos trens formados são colocados em um terceiro feixe, de expedição, onde eles aguardam a partida para seus respectivos destinos ou são encaminhados para outros pátios de triagem intermediários localizados ao longo dos itinerários a serem seguidos.

 

Alguns pátios de triagem dispõem de outras linhas interligando os feixes por onde são realizadas as trocas de locomotivas ou estacionados os trens de passagem que aguardam novos vagões.

 

Esquema dos feixes de formação e expedição de trens

da estação de triagem de Mulhouse no leste da França

 

 

Nos grandes pátios ou estações de triagem podem-se encontrar mais de 100 quilômetros de linhas ferroviárias abrigando mais de 5.000 vagões que irão formar centenas de trens diariamente.

 

As comunicações do posto de controle, localizado ao lado da corcova, com os agentes, condutores e manobristas dos diversos feixes, assim como a identificação dos vagões, são realizadas por meios óticos e eletrônicos.

 

Finalizando, uma boa operação ferroviária necessita de estações de triagem nos principais entroncamentos ferroviários de modo que as esperas sejam reduzidas aumentando assim a velocidade de deslocamento.

 

 

Vista aérea de uma estação de triagem

 

 

 

Referências bibliográficas:

Encyclopedie des Chemins de Fer - François Get et Dominique Lajeunesse - Editions de la Courtille - Paris - 1980 - 557p.

 

http://perso.orange.fr/vent.ouest/text/197bad3-920.html

 

http://sites.estvideo.net/aldebaran/plan%20des%20gares%20d’’alsace.htm

 

http://www.globalview.be/search.asp?pid=2&idkw=49

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