Sexta, 03 Mai 2024

Um projeto conduzido sob critérios políticos faz os engenheiros ficarem mal e os políticos
ficarem bem. E quem fica pior é o povo, pois fica sem dinheiro e sem a obra”.
(Paulo Filomeno - lavra pessoal)

No primeiro semestre, vimos muitas vezes a presidente Dilma Rousseff comparecendo a diversos estádios de futebol em cidades que receberiam a Copa das Confederações, para a inauguração dos mesmos, dando o pontapé inicial (ou pontapé simbólico, já que não havia partida sendo disputada).

Também no primeiro semestre, ela ganhou da Revista Ferroviária o título de “Ferroviária do Ano”. Os que acompanham o setor manifestaram estranheza, como divulgaram em seus blogs e comentários por aí. Ela também deve ter ficado espantada com o prêmio, uma vez que nem foi buscá-lo, mandando representante em seu lugar.

Talvez então ficasse mais adequado a ela o título de “Futebolista do Ano”, já que não houve notícia da inauguração de sequer um quilômetro de ferrovia construído pelo Governo Federal. Fato que desmente a alcunha de “gerentona” das obras do PAC, dado pelo seu antecessor.

Foto: Veja Online

Trechos "inaugurados" da Ferrovia Norte-Sul não têm trilhos, nem recebem composições

A verdade é que no caso de ferrovias, houve “desinaugurações”. Há denúncias contra o Dnit, órgão do governo que deveria ser responsável pela construção de ferrovias. As notícias que sairam, pelo menos para a Ferrovia Norte-Sul, iam de trilhos moles, já que a dureza do aço desses trilhos não seria suficiente para suportar o peso dos trens até a falta de construção de pátios e trechos ainda seccionados, ou seja, sem a via permanente (trilhos, dormentes e lastro) para “fechar” a via. Aí o trem não pode rodar e a presidente não pode inaugurar.

No caso da FIOL (Ferrovia de Integração Oeste-Leste, cujo projeto prevê a ligação entre Ilhéus-BA, a Figueirópolis-TO), há denúncias de falta de autorizações ambientais para a obra, do fechamento da fábrica de dormentes (de concreto), uma vez que por causa dos atrasos da construção estes não podem ser fabricados, entre outras. O site da Valec indica que o trecho Ilhéus-Caetité, de 537 km, está em construção, com apenas 11 fotos mostrando movimentação de terra. Os demais trechos ainda estão “aguardando” ou com o projeto executivo sendo elaborado. Inauguração na FIOL, então, só para o sucessor da presidente, sendo otimista, ou nem isso.

E a Transnordestina? Está tão longe que ninguém mais se lembra dela. Os governadores de lá não reclamam, então parece ficar tudo por isso mesmo.

Enquanto isso, as ferrovias já construídas, que deveriam estar em pleno funcionamento, andam para trás. Diante de tudo isso, o discurso de equilíbrio na matriz de transportes não chega à prática e o Custo Brasil continua aumentando.

Continuaremos a tratar desse importante assunto com ainda mais detalhes na próxima semana.

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