Sábado, 18 Mai 2024
Em programa ancorado pelo jornalista Salomão Schvartzman na rede de televisão BandNews, o presidente do Sindicato das Indústrias Têxteis do Estado de São Paulo (Sinditêxtil), Alfredo Bonduki, falou por mais de vinte minutos sobre o estágio atual da "valente e sofrida indústria têxtil" - classificação dada pelo próprio entrevistador.

Bonduki lembrou que o Brasil é a quarta maior indústria de confecção do mundo, a maior fora da Ásia, e o único mercado que integra todos os materiais utilizados na produção de vestuário. Ele explicou que as reclamações contra a indústria asiática têm base nas políticas de Estado de outras nações, que oferecem muitos subsídios e investimentos a juros zero aos produtores. "Toda vez que você importa roupa pronta, você está matando tudo o que é produzido para trás no País. Nós temos que nos preparar para essa competição global e ter certa isonomia ao que se faz na Ásia hoje".

Da crise de 2008 para cá, lembrou o presidente do Sinditêxtil, a China continuou atrelando sua moeda ao Dólar, uma das que mais se desvalorizou, deixando a sua economia no mesmo patamar; e ainda manteve os subsídios internos. Produzindo cerca de 70% de todo o material têxtil do mundo, a China usa esse poderio como uma política de distribuição de renda. Na avaliação de Bonduki, custaria muito menos do que o Bolsa Família manter uma indústria têxtil como a chinesa, que emprega mais de 60 milhões de pessoas.

Ele ainda reclamou do Custo Brasil, inflado por uma das maiores cargas tributárias do mundo. Sai mais barato, ressaltou o líder têxtil, trazer um contêiner da China a um porto brasileiro do que enviar essa mesma unidade ao Centro-Oeste no País.

Bonduki revelou ainda as propostas que enviou ao Governo. A primeira delas é o Regime Tributário Competitivo para a Confecção (RTCC). "Hoje, a empresa só consegue competir se estiver no Simples, como microempresa. Se passar para média, a carga tributária pula de 11% ou 12% para 30%. O RTCC permitiria que as indústrias de confecção crescessem e abastecessem as magazines que querem grandes volumes, e por isso, hoje, só importam".

Até que isso seja implementado, ressaltou Bonduki, é preciso colocar em prática a segunda proposta, de salvaguarda. Essa concessão, segundo ele, viria acompanhada de comprometimento de investimento pelos empresários e ainda criaria cotas de importação. "É para regular o mercado, não para inibir importação".

Clique aqui e confira a entrevista completa.

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