Terça, 30 Abril 2024

Na composição de nomes gentílicos, sino tem o sentido de chinês, como em "sino-japonês" (relativo ou pertencente à região fitogeográfica que compreende o Himalaia). E é com tal significado que deve ser entendido o título desta coluna, apesar da época em que este jornalista aproveita para desejar Boas Festas aos leitores. Pois, definitivamente, é tempo de chineses. Pela extensão de seu território, pelo seu contingente populacional, e agora pelo crescimento econômico ímpar que estão obtendo. Enfrentam problemas como a pobreza de grande parte da população, o isolamento cultural, a alta natalidade, o analfabetismo, questões sanitárias e de saúde. Mas, em termos de infra-estrutura, os "amarelos" estão dando largos passos.

 

Assim é que, no dia 10/12/2005, fizeram algo que ainda não teve a devida repercussão no Ocidente: inauguraram, em primeira etapa, o que deverá ser "apenas" o maior porto do mundo. Acostume os ouvidos, o nome Yangshan vai ser cada vez mais pronunciado no meio portuário.

 

No comércio marítimo, costumava-se dizer que se um porto não estivesse situado junto à corrente principal do comércio internacional, não teria grande futuro. Assim, por mais que fizessem, acreditava-se que portos como os do Brasil, por estarem fora das grandes rotas marítimas internacionais, não passariam de portos secundários, para serem servidos por linhas subsidiárias.

 

 

 

No mapa chinês, a localização do novo complexo

portuário, perto de Shanghai

 

A prática dos últimos anos revela que não é a rota marítima que determina a importância do porto, mas o contrário. Primeiro, os chamados "tigres asiáticos" provocaram um enorme desvio na rota, que antes era só entre América do Norte e Europa. Agora, a China nos ensina uma nova lição, provocando um novo desvio nessas grandes rotas marítimas.

 

E, se os EUA continuarem pensando em guerra em vez de trabalharem para o fortalecimento de sua economia cada vez mais debilitada, não é impossível um cenário para 2030 em que as rotas marítimas principais passem pelos portos chineses e não pelos estadunidenses...

 

Comentaremos, em breve, um pouco mais sobre o novo superporto chinês, que deverá estar concluído em 2020, mas que já nesta primeira fase tem capacidade para movimentar 2,2 milhões de TEU/ano, e dentro de 15 anos atingirá a capacidade de movimentação anual de "míseros" 13,4 milhões de TEUs.

 

Por enquanto, terminamos esta coluna com um conselho simples: estude português (que sempre será útil saber bem), inglês (como mera língua de transição, mas que não pode por enquanto ser desprezada nas relações internacionais), mas estude também o mandarim, que já desponta como a nova língua do comércio mundial.

 
Para ajudar, eis a sua primeira palavra em idioma chinês. Significa "porto":

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