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No passado, os navios de passageiros brasileiros utilizados na cabotagem (navegação costeira) eram os veículos de transporte costeiro entre o Norte e Sul, isso até por volta de 1960. Por isso existiam várias companhias marítimas que conduziam passageiros e cargas.


O Almirante Alexandrino ex-Cap Roca, por volta de 1930. Foi
construído em Hamburgo, Alemanha. Foi apreendido em 1917 e
recebeu o nome Itu. Passou para o Lloyd Brasileiro em 1925 e operou
em rotas internacionais e domésticas. Em 1962 deixou de navegar.
Acervo do autor.

Assim, havia armadoras operando na cabotagem, como o Lloyd Brasileiro; Sociedade Anônima Lloyd Nacional, proprietária dos navios Araranguá, Araraquara, Araçatuba e Aratimbó;  Empresa Nacional de Navegação Hoepcke , cujos navios eram os famosos Carl Hoepcke, Anna e o pequeno vapor Max; Pereira Carneiro; e Companhia Nacional de Navegação Costeira.

As duas principais eram o Lloyd Brasileiro e a Cia. Costeira. Os navios das duas companhias deixaram os nomes imortalizados na história da navegação mercante do Brasil.


O Raul Soares ex-Cap Verde, ex-Madeira da Hamburg Sud, construído
em 1900. Era navio de emigrantes. Possuia uma enorme chaminé. Foi adquirido pelo Lloyd Brasileiro em 1925 para a linha Brasil-Alemanha.
Sua antiga armadora era a Hamburg-Sud. Passou por duas guerras, e
teve um fim triste. Durante a Revolução de 1964, serviu como navio
prisão no Porto de Santos. Acervo J.C. Rossini.

Da memorável e ampla frota do Lloyd Brasileiro podem ser destacados os navios Dom Pedro I, Dom Pedro II, Mauá, Almirante Jaceguay, Almirante Alexandrino, Rodrigues Alves, Campos Sales, Buarque, Cantuária, e Raul Soares. Este último prestou grandes serviços à Nação, mas como navio prisão na Revolução de 1964.

Da Costeira, cujos navios, foram mencionados na canção de Dorival Caymi e imortalizados no livro “Capitão-de-longo-curso” de autoria de Jorge Amado, podem ser lembrados os da série Ita, como: Itaimbé, Itaquicé, Itassucé, Itaité, Itaquatiá, Itaberá e Itatinga.


Passageiros do vapor Iraty, da Pereira Carneiro & Cia, por volta
de 1925 no Porto de Santos.

As escalas abrangiam a partir do Rio Grande do Sul – Porto alegre, Pelotas, Rio Grande, passando pelos portos da costa, até alcançar os estados do Pará e Amazonas – Belém, Santarém, Óbidos, Parintins e Manaus.

As viagens eram demoradas, como exemplo, uma viagem entre Santos e Manaus, caso corresse tudo bem, levava 25 dias. Eram vários os portos de escala.

Os paquetes de cabotagem, como eram chamados os navios (e ainda o são, em Portugal) atracavam entre o cais dos armazéns 1 e 5 da Cia. Docas de Santos.


Cartão-postal do paquete Carl Hoepcke da Empresa Nacional de
Navegação Hoepcke. Transportava carga e passageiro. Construído
em 1926. Acervo: Edson Lucas.

Ressalto, que a minha primeira viagem de navio foi em 1950, aos cinco anos de idade, a bordo do Cantuária do Lloyd Brasileiro, cujo destino foi a Capital Federal, o Rio de Janeiro.

Aliás, era mais fácil ir a bordo de uma embarcação de Santos ao Rio do que subir a São Paulo para embarcar em um tem da Estrada de Ferro Central do Brasil.

O Cantuária saiu do cais do Armazém 4 no meio de uma tarde de verão e chegou no dia seguinte por volta de 12 horas, onde atracou no cais do Lloyd, próximo da Praça XV.


O cartão-postal de 1925, mostra o local onde os navios de passageiros
da cabotagem atracavam no Porto de Santos. Acervo do autor.

Vale ressaltar, que o Cantuária foi um dos quatro navios mistos (carga e passageiros) de características idênticas adquiridas pelo Lloyd da armadora estadunidense Moore-McCormack Lines, na década de 1930.

Um dos navios-irmãos era o Buarque, que foi a pique após ter sido torpedeado durante a Segunda Guerra Mundial.

Da compra fizeram parte mais seis cargueiros, que contribuíram para que a frota não parasse durante a grande guerra, diante de 21 torpedeamentos realizados por submarinos nazistas.


O Cantuária, do Lloyd Brasileiro, na belissima aquarela de autoria
de Julio Augusto Rocha Paes.

O Cantuária, ex-Scan States foi construído em 1919 no estaleiro da American International Shipbuilding Corporation, de Hog-Island, na Pensilvânia – Estados Unidos.

Seu deslocamento era 5.613 toneladas, media 128,20 metros de comprimento, desenvolvia a velocidade de 13 nós, dispunha de 90 camarotes para passageiros e grandes espaços para cargas. Foi demolido no início dos anos 1960.

No início da década de 1960 o Lloyd Brasileiro adquiriu quatro transatlânticos que ficaram conhecidos como Cisnes Brancos (Anna Nery, Rosa da Fonseca, Princesa Isabel e Princesa Leopoldina) devido à predominância da cor branca nas suas pinturas.

Mas os tempos já eram outros e os passageiros nas viagens nacionais davam preferência aos ônibus e aviões. Era o fim de uma era.

Imagem da semana


A Bandeira do Brasil tremulando na popa do transatlântico Anna
Nery, atracado no Porto de Santos, na década de 1970. O Anna Nery
chegou em 1962 e foi vendido em 1978. Pertenceu à Companhia
Nacional de Navegação Costeira. Posteriormente passou para o Lloyd Brasileiro. Foto: Julio A. Rocha Paes.

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