Transporte / Logística

O Brasil gasta em torno de 30 a 40% a mais na distribuição de produtos comparado a países que contam com infraestrutura logística adequada para escoar cargas. A avaliação é da Associação Brasileira de Logística (ABRALOG). Para o especialista em logística e vice-presidente de educação da entidade, Edson Carillo, a falta de estrutura compromete a competitividade do País, que poderia oferecer condições melhores aos embarcadores com investimentos em intermodalidade para reduzir os custos das operações.

Uma dificuldade levantada pelo especialista é o atual momento de retração econômica experimentado pelo País. Com a arrecadação em queda, a administração federal dispõe de menos recursos para custear projetos de infraestrutura, necessitando do apoio da iniciativa privada. A situação agrava-se ainda mais quando considerado o excesso de intervenção do Governo na definição de regras, o que cria entraves e gera insegurança para o investidor que planeja a longo prazo.

Quem compartilha a mesma opinião é o presidente da Associação Brasileira de Indústria Ferroviária (ABIFER), Vicente Abate. Ele pontua que o declínio no ritmo de crescimento do Brasil implicou, consequentemente, em um PIB negativo com previsão de queda em mais de 3%. Para Abate investir em infraestrutura logística seria a solução para ajudar a melhorar o PIB, além de contribuir com a eficiência logística no País. Outro ponto destacado pelo presidente da ABIFER é destravar a segunda parte do Programa de Investimentos em Logística (PIL2).

Segundo dados do Ministério do Planejamento, a segunda etapa do PIL2 previa investimentos em torno de R$ 198,4 bilhões para a concessão de aproximadamente 7 mil quilômetros de rodovias (R$ 66,1 bilhões); a construção, modernização e manutenção de 7,5 mil quilômetros de linhas férreas (R$ 86,4 bilhões); investimentos em arrendamentos no setor portuário (R$ 37,4 bilhões) e por fim a ampliação dos aeroportos (R$ 7,2 bilhões). Porém, dos 20 leilões planejados para este ano, apenas seis devem ser realizados, sendo cinco trechos rodoviários e uma ferrovia.

Em abril, os principais players do transporte de carga e da logística estarão reunidos na Intermodal South America 2016 para apresentar ao mercado as soluções multimodais desenvolvidas para superar os entraves impostos pela infraestrutura e dar vasão à produção industrial e agrícola.

A operadora logística Panalpina, tradicional expositora do evento, é uma das empresas que oferecerá suas soluções multimodais aos embarcadores de carga que visitam a feira . Para o Head of Airfreight Brazil, da empresa, René Genofre, é na crise que aparecem as oportunidades, por exemplo. Diante deste cenário, a empresa projeta expandir o volume de carga operado. “Apesar do ceticismo que é perceptível, percebemos um movimento importante entre os embarcadores que buscam novas soluções e parceiros. Estamos sendo procurados por empresas de vários setores em busca da nossa expertise para desenvolver, implementar e gerenciar operações logísticas com serviços e soluções diferenciadas”, conclui o Head.

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Por Solange Santana
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A Frente Nacional pela Volta das Ferrovias (FerroFrente) teme que a segurança no setor ferroviário seja ameaçada com a demissão, em janeiro último, de 50 funcionários da empresa Rumo-ALL, braço logístico da Cosan, que trabalhavam em manutenção na oficina de vagões de Sorocaba (SP).

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“As demissões atingiram diretamente o pessoal de recuperação de equipamentos ferroviários. Estamos preocupados com o desmonte da infraestrutura ferroviária criada principalmente com recursos públicos”, afirma José Manoel Ferreira Gonçalves, presidente da FerroFrente, que pediu providências, por meio de ofício, ao Ministério Público do Trabalho (MPT) e à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).


Gonçalves lembra que a ALL (América Latina Logística), em 2010, antes da fusão com a empresa de logística Rumo, “foi condenada a pagar R$ 15 milhões por manter 51 funcionários em situação degradante”. E acrescenta que a Rumo, que hoje controla a ALL, está na lista de empresas acusadas de trabalho escravo”, afirma Gonçalves. “Em 2014, o Ministério Público acusou a ALL de não disponibilizar água potável a seus trabalhadores. Empresas como a Rumo ALL não podem desprezar seus funcionários, que buscaram atender com qualidade durante anos, apesar de inúmeras dificuldades.”

Portogente entrou em contato com a assessoria de imprensa da ANTT para saber como está a situação das ferrovias brasileiras em termos de expansão, modernização, segurança, envolvendo, inclusive, a questão da mão de obra do setor.

 

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As exportações de soja e milho pelos portos do Arco Norte – Itacoatiara (AM), Santarém e Vila do Conde (PA), Itaqui (MA) e Salvador (BA) – saltaram de 13 milhões de toneladas para 20 milhões de toneladas no acumulado de 2015, em comparação com 2014. Esse resultado representa um incremento de 54% no volume de escoamento de grãos pelos portos da região, de acordo com informações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

E a tendência é que esse volume aumente ainda mais, especialmente com a entrada em operação de novos terminais portuários, principal objetivo dos leilões de arrendamento de seis áreas, todas no Pará, que acontecerão no mês que vem – dia 31 de março. Das seis áreas que estão sendo licitadas pela Secretaria de Portos da Presidência da República, cinco são para movimentação e armazenamento de grãos e uma para transportar fertilizantes, insumo importante do agronegócio. Dessa forma, o Arco Norte pode se consolidar como principal rota de escoamento de grãos produzidos no Centro-Oeste brasileiro.

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Duas embarcações de carga geral movimentaram, entre sábado e quarta-feira, um total de 1.100 estacas e 600 bobinas de aço na APM Terminals, empresa responsável pelas operações de carga no Porto de Itajaí, em Santa Catarina. Ao todo, foram 13.300 toneladas, 54% a mais do que toda a carga geral operada no ano passado. O navio BBC Congo, originado do Porto de Antuérpia, na Bélgica, desembarcou 6.500 toneladas de estacas-pranchas aos estaleiros localizados em Santa Catarina, enquanto o BBC Ohio embarcou 6.790 toneladas de bobinas de aço para a Argentina.

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De acordo com o Gerente Comercial da APM Terminals no Brasil, Felipe Fioravanti, essas operações não impactam negativamente na prioridade do terminal, que é a movimentação de contêineres. "Este tipo de operação é uma boa oportunidade para janelas disponíveis de atracação. Além disso, está alinhada à nossa estratégia de continuar alavancando serviços, empresas e a economia de Itajaí", disse Felipe. Desde julho, quando ocorreu a redução de cerca de 50% na movimentação mensal de contêineres, até dezembro de 2015, 15 navios de carga geral e 7.800 toneladas foram operadas pelo terminal, quatro vezes mais do que todo o ano de 2014.

Com as operações do BBC Ohio e BBC Congo, o terminal consolida sua estratégia de desenvolvimento de novos negócios para o terminal. "Estamos esperando pelo menos mais três operações de carga geral em março", informou Felipe. Ao operar esses navios, a APM Terminals Itajaí também aumenta o número de chamadas para os trabalhadores da União. Cada período de operação demanda cerca de 45 trabalhadores, dependendo da quantidade de equipamento e equipes necessárias. Com cerca de 18 períodos, as duas operações combinadas impactaram em uma renda bruta aproximada de R$ 640 mil para os trabalhadores portuários avulsos, de acordo com o Órgão Gestor de Mão-de-obra (OGMO).

No Brasil, a APM Terminals atualmente administra as instalações portuárias em Itajaí e Pecém (CE). A empresa também é acionista da Brasil Terminal Portuário (BTP), em Santos (SP). Em todo o mundo, as operações estão espalhadas por 59 países, somando 64 portos e terminais, com sete novos projetos em desenvolvimento. No total, existem 20.600 trabalhadores distribuídos em cinco continentes, proporcionando aos importadores ou exportadores todas as principais rotas que elevam o comércio global.

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O armador francês Marfret é o mais novo cliente do Tecon Vila do Conde, operado pela Santos Brasil no Pará. Em uma joint venture com a CMA CGM, a Marfret passou a escalar o terminal paraense com duas embarcações para integrar o serviço NEFGUI, de periodicidade semanal, que leva cargas diretamente para portos da Europa, como Algeciras, Tilburg, Rotterdam, Le Havre, Philipsburg, Port of Spain, Degrad das Cannes.

A primeira escala dos navios da Marfret ocorreu no último dia 01 com a embarcação Marfret Marajó. No próximo dia 29, será a vez do Marfret Guyane atracar pela primeira vez em Vila do Conde. A estimativa de movimentação desta linha é de aproximadamente 2,5 mil TEU por mês.

De acordo com o diretor comercial da Santos Brasil, Marcos Tourinho, este incremento visa atender aos importadores e exportadores da região Norte, concorrendo para a consolidação do porto local como importante peça para o comércio exterior brasileiro.

O Tecon Vila do Conde é o primeiro terminal portuário de uso público operado pela iniciativa privada e está localizado em uma região com grande capilaridade hidroviária, que favorece linhas de cabotagem. Sua proximidade das principais rotas marítimas internacionais garante acesso a todos os continentes de maneira direta ou por meio de hub ports (portos concentradores) do Caribe. Situado no município de Barcarena, no delta do Rio Amazonas, este terminal tem área de 103 mil quadrados e 254 metros de cais acostável.

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