Os protestos de caminhões no Brasil entraram chegam a duas semanas com menos adesões do que nos primeiros dias. Mas a situação ainda é crítica especialmente no Sul do País e já atividades agropecuárias, comércio e a movimentação de grãos, como soja e milho.
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Até ontem (2), havia 23 pontos de bloqueio nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Produtores, cooperativas e compradores de grãos adiam fechamento de contratos devido à imprevisibilidade da entrega por conta dos protestos nas rodovias, com impacto na logística, armazenagem e na exportação de grãos.
Segundo a agência de notícias Reuters, um porta-voz de do Porto Paranaguá tinha recebido 950 caminhões de soja até a manhã dessa segunda. O montante é o dobro dos dias anteriores, mas ainda bem abaixo do normal para a época do ano. No fim de semana apenas 590 dos habituais 3.000 caminhões chegaram ao Porto.
Se a greve continuar, o Porto de Paranaguá pode ter problemas para atender aos pedidos de exportação de soja até esta terça-feira (3) ou quarta-feira (4), disse o porta-voz.
No Porto de Rio Grande (RS), a situação também continua crítica. Os desbloqueios efetuados pela polícia no final de semana não aliviaram a situação, disse um porta-voz da administração portuária.
"Eles conseguiram liberar cerca de 60 caminhões para o porto, mas 60 caminhões não mudam muito a situação. Existem navios que estão esperando para completar o carregamento", disse Andre Zenobini, da assessoria do porto do Rio Grande.
Agroindústria também é afetada
Se o agricultor e a cadeia exportadora estão tendo prejuízos, o setor da agroindústria, em especial de carne e leite, está tendo mais perdas.
Os prejuízos acontecem porque não se pode abater os animais, que já passaram do peso ideal, ou por falta de ração para alimentá-los. No caso do leite, o produto tem apenas um dia de vida útil na propriedade.
Em nota, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedrozo, disse que o movimento grevista está causando transtornos insuportáveis ao segmento.
"O fluxo de matérias-primas das áreas rurais para as indústrias foi interrompido - e leite, grãos, frutas, hortigranjeiros, aves, bovinos e suínos deixaram de chegar às agroindústrias. No contrafluxo, rações, pintinhos, leitões e outros insumos deixaram de chegar aos estabelecimentos agrícolas", afirmou.