Sexta, 29 Março 2024

A localização do novo Polo Automotivo Jeep em Goiana, Zona da Mata Norte de Pernambuco, é, por si só, um desafio logístico, tanto para a chegada dos materiais e componentes utilizados na fabricação dos veículos, quanto para o escoamento e distribuição da produção. Para a operação de entrada, a solução inovadora adotada pela FCA é o conceito de cross-docking, que centralizará a recepção dos componentes dos fornecedores nacionais. Já para a operação de escoamento da produção, o modelo da FCA é o próprio gerenciamento do pátio de veículos da fábrica, que trará maior segurança para a operação.

As peças nacionais para fabricar o Jeep Renegade são fornecidas por empresas de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul e Sergipe, além do Estado de Pernambuco. Serão importados componentes da Europa, do Nafta (EUA, Canadá e México) e, em menor quantidade, da Ásia.

Para receber todas as peças de fornecedores nacionais que estão localizados fora da Região Nordeste, a FCA implantou o inovador sistema de cross-docking. São galpões estratégicos (cross docks) que recebem as mercadorias em Minas Gerais e em São Paulo, distantes há 2,1 mil e 2,8 mil quilômetros de Goiana, respectivamente. Com o sistema, as peças são enviadas conforme a necessidade da produção.

 

“Esse modelo ajuda a reduzir o estoque de peças, diminui as movimentações e, consequentemente, o risco de danos nos materiais. É um modelo mais eficiente do que o tradicional”, explica o gerente de Logística de Distribuição da FCA para a América Latina, Mauricélio Faria.

Os componentes saem dos cross docks diariamente e seguem para o Centro de Distribuição de Carga (CDC), um galpão com 54 mil m², construído ao lado da fábrica em Goiana (PE).  O CDC é responsável pelo armazenamento, sequenciamento e entrega dos materiais para as linhas de produção. O seu gerenciamento segue o conceito do “First In, First Out”, no qual os primeiros componentes que chegam, são os primeiros a ir à linha de produção.

Jesus Corro Lopez, gerente de planejamento de logística da fábrica Jeep, explica que “como a distância é muito grande, com os cross docks conseguimos criar um ciclo e otimizar os custos. Cada caminhão sairá do centro com peças de vários fornecedores. Esse modelo reduz o estoque e as movimentações de peças e, consequentemente, o risco de danos nos materiais. É um modelo mais eficiente do que o tradicional”.

Os Jeep Renegade fabricados em Goiana (PE) atenderão, inicialmente, ao mercado interno do País. Para chegarem com eficiência ao Sul, ao Sudeste e ao Centro-Oeste, que corresponde a cerca de 80% do total, os veículos seguirão para o polo de Betim (MG).

O escoamento da produção do Polo Automotivo Jeep será feito diariamente, seguindo o mesmo ritmo da produção e do faturamento. A expectativa é que saiam entre 100 e 120 carretas do polo quando ele atingir a capacidade total de produção de 250 mil carros ao ano.

“Cada carreta possui capacidade para dez carros. No total, teremos cerca de 1000 carros saindo da fábrica diariamente”, detalha Faria.

“Todo o transporte será feito via rodovias. Nós teremos uma atenção especial com essa operação, porque precisamos evitar possíveis danos. Precisaremos ter mais cuidado na hora de fazer o carregamento e proteger mais o carro”, explica o gerente de Logística de Distribuição para a América Latina.

Para garantir ainda mais qualidade na saída dos carros, a própria FCA será a responsável pela operação do pátio de veículos da nova fábrica, que tem capacidade para 5,9 mil veículos, uma ação inédita no País, como esclarece Faria: “Nas montadoras, de modo geral, quem faz isso é um operador logístico. Aqui no Brasil, somos os primeiros a fazer e queremos trabalhar com ainda mais afinco. Com isso, conseguiremos garantir que, no momento do carregamento, o carro esteja 100% sob nosso controle”.

No pátio, o monitoramento dos veículos será feito por meio de um sistema de gestão de estoque e de parqueament e cerca de 120 pessoas trabalharão naquele local.

Economia marca a distribuição dos veículos

Os Jeep Renegade percorrerão em média 2,4 mil quilômetros até seu ponto de venda, em um trajeto que durará cerca de oito dias. Para efeito de comparação, um veículo que deixa a linha de montagem da Fiat Automóveis, em Betim (MG), percorre em média entre 800 e 1,1 mil quilômetros de distância, em um percurso realizado em aproximadamente quatro dias, até seu ponto de venda.

Este tempo de entrega se torna possível, pois as carretas saem da planta da Fiat em Betim (MG) com veículos destinados às regiões Nordeste e parte da Norte, e voltam carregadas com carros Jeep. “Isto nos obriga a sincronizar o planejamento dos embarques para o Sul, Sudeste e Centro-Oeste, no mesmo ritmo da movimentação das carretas vindas com produtos de Betim”, acrescenta Faria. Este sistema logístico integrado é eficiente e econômico, pois as carretas farão a viagem de ida e de volta carregadas. Com isso, serão poupadas 23 mil viagens por ano, o que representa uma economia de 104 milhões de quilômetros e de 42 milhões de litros de diesel, que resultam na redução de emissão de 101 mil toneladas de dióxido de carbono, além de menor desgaste das estradas e menos consumo de pneus.

Quando saírem do local, os carros passam a ser responsabilidade da Sada Transportes, empresa que atua há 37 anos na distribuição dos carros da FCA no Brasil e que também fará a operação logística dos carros que forem produzidos no Polo Automotivo Jeep. Três unidades de operação da Sada Transportes estão em fase avançada de construção em Pernambuco. Em Goiana, a unidade fica próxima à fábrica da Jeep, em uma área de 134,6 mil m². A segunda estará dentro da fábrica e será o centro de carga e descarga. A terceira será localizada em Ipojuca, cidade do litoral Sul de Pernambuco, e vai abrigar a área retroportuária da empresa, com 132 mil m². Toda essa estrutura foi planejada para proporcionar um melhor suporte aos motoristas, evitando desordenamento e impactos sociais nas estradas, de acordo com a Lei do Motorista, nº 12.619.

Na distribuição de carros novos para as regiões Nordeste e Norte serão utilizados motoristas predominantemente baseados em Pernambuco, principalmente de Goiana e Recife. “A oferta local de serviços será considerada e aproveitada dentro da estratégia de otimização dos recursos, para uma logística sustentável”, acrescenta Faria.

Porto de Suape, estratégico para a FCA

O Porto de Suape, em Pernambuco, é um dos elementos estratégicos da FCA . “O Porto de Suape foi um dos motivos que levou a fábrica da Jeep para Pernambuco, porque ele pode se tornar, talvez, o principal porto de entrada para veículos no futuro”, afirma o gerente de Logística de Distribuição da FCA para a América Latina, Mauricélio Faria.

Para atender à demanda, um novo pátio público de veículos foi construído no Complexo Industrial Portuário Governador Eraldo Gueiros, pela própria administração. As obras civis da nova área, que possui 10 hectares, foram finalizadas em 2014. Por ser um pátio público, o espaço também pode ser utilizado por outras montadoras. O Governo é o responsável pela fixação dos volumes movimentados e dos preços.

Nos próximos 12 meses, a capacidade estática dos pátios do Porto de Suape chegará a 10 mil veículos por mês. Com a média de dois giros mensais, esse montante pode chegar mensalmente a 20 mil carros.

 

O Porto de Suape também é visto pela FCA como a porta de saída para os veículos do Polo Automotivo Jeep que, futuramente, deverá atender, também, aos países vizinhos. “Vamos utilizar muito à medida que começarmos a exportar esses carros para toda a América do Sul e para parte da América Latina”, frisa Faria. “É uma estratégia para quando o Brasil tiver um projeto de incentivo à cabotagem, mais simples e com menos exigências para os navios operarem. Isso seria a grande solução para os estados que estão no extremo do País, como o Paraná e o Rio Grande do Sul”, argumenta.

 

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