Mais de uma hora antes da divulgação oficial do resultado do referendo realizado neste domingo (5/7) na Grécia, a celebração da vitória do não já ocorre na Praça Syntagma, em Atenas.
Grupos de manifestantes chegam ao local carregando milhares de bandeiras gregas. Nas avenidas próximas à praça, é possível ouvir buzinas de automóveis em sinal de apoio às projeções que apontam a vitória do não no referendo.
Os eleitores gregos rejeitaram as propostas dos credores internacionais – Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional.Com mais de 80% dos votos contados, o “não” liderava com 61,57% e o “sim” registava 38,43%.
Diálogo com a Europa
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, falou por telefone com o presidente francês, François Hollande. Segundo a televisão pública Ert, a conversa entre os dois líderes foi focada na forma de “fortalecer as negociações” entre Atenas e os seus credores da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI), após o fracasso das discussões com o Eurogrupo em 25 de junho, que antecederam o anúncio do referendo.
Reações na Grécia
A líder do partido socialista grego (PASOK), Fofi Gennimata, que defendia o "sim", pediu ao primeiro-ministro, Alexis Tsipras, que “cumpra o compromisso” e apresente ao país um “acordo sustentável” nas próximas 48 horas. “Agora é a hora do primeiro-ministro. Deve cumprir o seu compromisso de conseguir um acordo [com os credores] em 48 horas”, disse Gennimata, a primeira líder partidária grega a comentar publicamente a vitória do “não” no referendo de hoje.
Gennimata aludia a declarações de Tsipras, que assegurou que, independentemente do resultado do referendo, iniciaria imediatamente negociações com os credores internacionais e fecharia um acordo em 48 horas. “O primeiro-ministro deve tomar imediatamente todas as iniciativas necessárias para começarem as negociações”, disse a líder dos socialistas.
“A decisão do povo é um facto e deve ser respeitada. Os gregos, independentemente do que votaram, exigem um acordo sustentável. O país deve sair do beco sem saída em que entrou por culpa do governo e das forças ultraconservadoras da Europa”, acrescentou, prometendo o apoio do seu partido a um tal acordo.
Líder do Nova Democracia se demite
O líder do principal partido da oposição grega, Antonis Samaras, demitiu-se hoje, anunciou o partido Nova Democracia. “Compreendo que o nosso grande partido precisa de um novo começo. Demito-me hoje da liderança da Nova Democracia e pedi a Evangelos Meimarakis para assumir provisoriamente a presidência”, disse minutos depois Samaras numa breve intervenção transmitida pela televisão. Meimarakis, ex-presidente do parlamento e atual deputado, é o “número dois” da Nova Democracia (centro-direita).
Samaras, que foi primeiro-ministro até janeiro passado, liderou a campanha pelo “sim”, derrotado no referendo que hoje se realizou na Grécia sobre as propostas dos credores internacionais – Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional. Fonte EBC
