Membros da família Perrella — aliados de Aécio Neves — foram isentados de envolvimento com o transporte de 443 kg de cocaína em um helicóptero pertencente a eles. Todas as pessoas autuadas em flagrante também já foram inocentadas
Por Redação
A ordem para devolver o helicóptero pertencente à empresa Limeira Agropecuária, da família do senador Zezé Perrella (SDD-MG) – apreendido em novembro passado por carregar 443 kg de cocaína – partiu do Tribunal de Recursos Federal da 2ª Região (TRF-2), no Rio de Janeiro. Tal ordem anula a decisão de primeira instância da Justiça Federal no Espírito Santo, que via a medida como necessária ao interesse público para o combate do narcotráfico e também contraria o parecer do Ministério Público Federal, que defendia que a aeronave ficasse à disposição da Justiça até o caso ser encerrado, ou em termos jurídicos, transitado em julgado.
O advogado Nicácio Pedro Tiradentes, que representa o piloto Rogério Almeida Antunes (também funcionário da Assembléia Legislativa de Minas Gerais) e “homem de confiança” do deputado Gustavo Perrella (SDD-MG), filho de Zezé, afirmou à época que Gustavo mentiu ao dizer que o piloto roubou o helicóptero. Antunes teria feito duas ligações para o deputado antes de alçar voo.
Ligação com o aeroporto de Cláudio
Na investigação, a PF constatou, com base no rastreamento do GPS do helicóptero e nas anotações do plano de voo dos pilotos, ambos apreendidos e examinados pela perícia técnica, que o helicóptero carregado com quase meia tonelada de pasta base de cocaína parou em um ponto próximo ao povoado de Sabarazinho – que fica distante a apenas 14 quilômetros da cidade de Cláudio, alçada à fama nacional por conta do polêmico aeroporto construído em fazenda desapropriada do tio-avô do presidenciável Aécio Neves. Revista Fórum