A conservação da natureza, tal como se coloca atualmente, está ligada à sobrevivência do próprio homem sobre a Terra.(Jean Dorst, Antes que a Natureza Morra)
A relação Porto-Cidade e as práticas ESG (Ambiente, Social e Governança, em inglês), se sobrepõem no Porto de Santos e têm dimensão e qualidade como resultantes da administração da autoridade portuária do principal porto do hemisfério sul. Trata-se de um importante indicador na avaliação da sua gestão, globalmente. Por isso, deveria ser, mas não é, um programa paradigma portuário nacional, na proporção e importância desse porto. Portanto, deve ser uma das prioridades da nova diretoria.
Arquivo Portogente.
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O pesquisador Jeffer Castelo Branco, em 16 de fevereiro de 2021, em entrevista ao Portogente, à época, doutorando do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências da Saúde da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) denunciou o potencial em TNT do navio-bomba encalhado e descarregando gás natural, diuturnamente, no Porto de Santos. Trata-se de uma potência equivalente a 55 bombas de Hiroshima, sobre a qual a autoridade portuária de Santos calou-se. No entanto, é imperativo que haja inteligência dessas coisas e dessas ações do Jeffer, que são essenciais para o sucesso nas relações internacionais, que um porto precisa ter.
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O mundo ainda tem viva na memória a tragédia do porto de Beirute, no Líbano, em 2020, bem como a cidade de Santos, até agora, não apagou a terrível lembrança do incêndio dos tanques da Ultracargo, em 2015, o maior desastre ecológico da história do seu porto. Tampouco irá se calar o questionamento das práticas ESG que foram praticadas para contemplar os interesses do grupo Cosan, na sua estratégia de armazenar gás no Porto de Santos. Está sob risco uma área da cidade densamente habitada. Isto precisa ser bem esclarecido.
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Assim também precisa colocar luz republicana no atual contrato da dragagem do Porto de Santos com a Van Nord, por R$100 milhões mais cara do que seria possível com a renovação do contrato vigente e, ainda, ampliou bastante as possibilidades de prorrogações. As realizações anunciadas para esta nova gestão não irão prosperar em ambientes inseguros. O porto faz parte da história dos empregos das cidades, do seu transporte e do urbano da região da Baixada Santista.
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A relação com a cidade, baseada na capacidade da administração portuária articular interesses, influencia a estabilidade institucional. Esse encadeamento vai bem além de visitas escolares pelo canal do porto. E, principalmente, perseguir e alcançar metas. Construir a tão sonhada ligação a seco das margens do porto, nas cidades de Santos e Guarujá, com o túnel submerso; assim como o porto oceânico, para promover prosperidade, são realizações importantes e fundamentais.
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