escrito por José Fioravanti, presidente em exercício da Confederação Nacional do Transporte (CNT)
Realizar sonhos implica também em encarar novos desafios. O grande sonho dos transportadores brasileiros foi realizado com a implantação do Sest (Serviço Social do Transporte) e do Senat (Serviço Nacional de Aprendizagem em Transporte) há mais de duas décadas. Esses serviços já realizaram, com qualidade, mais de 100 milhões de atendimentos para o seu público-alvo, que é o trabalhador em transporte, taxistas e caminhoneiros, o que por si só já representa uma grande vitória para o setor de transporte e para aqueles que deram os primeiros passos e que fizeram dessas instituições modelos de gestão bem-sucedida.
O Sest e o Senat atuam, administrativamente e institucionalmente, de forma integrada para atender às necessidades do trabalhador em transporte em termos de qualificação profissional, saúde, esporte e lazer. Fisicamente, as duas instituições são instaladas num mesmo espaço sob uma única direção, de modo que todas as ações se concentrem na geração de propostas que atendam às necessidades do trabalhador em transporte e às demandas do setor.
No modelo Sest Senat de gestão integrada há a centralização das atividades-meio, representadas por aquelas que são comuns a todas as unidades, e descentraliza a realização das atividades-fim e a realização dos objetivos e o alcance das metas das instituições, com o intensivo apoio e suporte de modernas tecnologias de informação e comunicação. À época de sua implantação, em 1994, esse foi um modelo inovador e nunca testado antes e que resultou em ser o fator crítico de sucesso institucional.
O modelo de gestão do Sest e do Senat foi sendo construído e aperfeiçoado à medida que foram sendo implantadas as unidades descentralizadas nos Estados brasileiros e ao longo das rodovias. Essa forma de gestão, além de possibilitar uma boa economia de recursos, à medida que centraliza as atividades em comum, necessárias ao funcionamento das organizações, como gestão de pessoas, orçamento, contabilidade, planejamento, jurídico, recursos educativos, materiais didáticos e marketing em um único local, o Departamento Executivo, também evitou desperdício de recursos pela duplicação de equipes, equipamentos, recursos físicos e materiais, permitindo a geração de excedentes a serem aplicados no aumento do patrimônio do trabalhador em transporte, representado pela construção de novas unidades no território nacional.
Essa brilhante decisão possibilitou que, rapidamente e com muita eficiência, se pudesse, não só construir as unidades Sest e Senat, como também equipá-las para funcionar e iniciar o atendimento ao público-alvo num período muito mais curto do que aquele que, convencionalmente, se poderia esperar. Livre de questões administrativas inerentes à rotina institucional fica a gestão das unidades inteiramente focada na realização de inúmeros cursos de desenvolvimento profissional, conforme a demanda de cada região, e organizando os serviços sociais que acolham os profissionais de transporte em suas necessidades de atendimentos odontológicos, de psicologia, de fisioterapia, de cuidados com a saúde, de esportes e de lazer, tudo extensivo aos familiares.
Ao longo dessas duas décadas, as entidades atuaram com muita garra e determinação, muito aprenderam e, desta forma, valorizaram os trabalhadores do setor de transporte. As duas instituições oferecem, por meio de suas ações estratégicas e integradas, oportunidades que se transformam em poderoso recurso na vida das pessoas e do setor. São 146 unidades, espalhadas por todo o território nacional, mais de R$ 2 bilhões de patrimônio à disposição do trabalhador, atuando de forma conjunta no cumprimento, com responsabilidade socioambiental, da nobre missão de promover a qualidade de vida e a educação profissional dos trabalhadores do transporte.
Com recursos didáticos e operacionais, os mais modernos existentes, permanentemente atualizados, o Sest e o Senat perseguem, obsessivamente, valores perenes de qualidade no atendimento aos trabalhadores em transporte. Assim, é possível oferecer a melhor formação de condutores com utilização de simuladores de direção de última geração. Entre outros grandiosos projetos marcados pela ousadia, as entidades lançam-se na gigantesca empreitada de atender a toda demanda por motoristas profissionais com os projetos “Primeira Habilitação”, voltado para jovens de baixa renda, e “Habilitação Profissional para o Transporte”, que estimula a mudança de categoria da carteira de habilitação, trazendo para o mercado de trabalho 50 mil motoristas em todo o Brasil. Coerentes com o êxito do seu passado e a força do seu presente, o Sest e o Senat têm a visão do futuro para perpetuar uma história de sucesso, orgulho de um setor econômico atuante no desenvolvimento econômico e social do país.
