Sexta, 19 Abril 2024

A PM dispersou por volta das 2h desta quarta-feira (9) os torcedores brasileiros e estrangeiros que se divertiam na Vila Madalena, bairro boêmio que estava sendo o principal local de confraternização da Copa em São Paulo, após cenas de brigas e correria.

O principal foco de confusão foi entre brasileiros e argentinos. Grupos de torcedores do país vizinho começaram a chegar ao bairro por volta das 21h, comemorando a eliminação do Brasil.

Segundo frequentadores do bairro, houve grupos de brasileiros que ameaçaram argentinos que não procuravam confusão. Mas eles também viram torcedores da Argentina que mexeram com o público que estava nos bares.

A confusão fez a PM reforçar o policiamento fechar o acesso do público às principais ruas do bairro por volta da 1h. Houve bate-boca entre os policiais e quem chegava ao local e tentava entrar.

Após ao menos dois episódios de briga flagrados pela reportagem da Folha, a PM começou a dispersar os frequentadores. A PM estima que ao menos 5.000 pessoas estavam no local nesta madrugada.

Utilizando um megafone o major Marcelo Franciscon falava à multidão que a festa tinha terminado e pedia para abrir espaço para o pessoal da limpeza. O major disse que pediu para o departamento de comunicação traduzir também para o inglês a mensagem.

"Decidi utilizar o megafone depois de uma sugestão do repórter Roberto de Oliveira, da Folha de S.Paulo, que viu isso em países da Europa", disse Francisco.

Algumas pessoas xingavam os policiais militares que formavam cordões de isolamento forçando todos a irem embora. Atrás da PM seguiam equipes de limpeza varrendo e lavando as ruas.

No total, 400 policiais militares e 120 Guardas Civis Municipais participaram da operação, além de 20 fiscais da prefeitura.

A PM ainda não tinha durante a madrugada um balanço das ocorrências. Segundo o major Franciscon, houve apreensão de mercadorias de ambulante, uma pessoa ferida gravemente em uma briga e furtos de celulares.

A reportagem da Folha flagrou um homem machucado no chão e outro ser agredido por um grupo na frente da PM, que precisou intervir. Ele ficou caído e foi socorrido pelos bombeiros. Nenhum agressor foi preso.

No 14º Distrito Policial (Pinheiros), onde as ocorrências foram encaminhadas, havia durante a madrugada PMs registrando caso de apreensão de lança-perfume e pessoas que tiveram os celulares roubados.

LAMENTO

Muitos torcedores foram embora mais cedo e nem chegaram a ver o fim da partida, que terminou com um vergonhoso placar de 7 a 1.

Mas quem ficou oscilava entre a tristeza e as críticas à seleção.

"Estou arrasada", afirmou a engenheira Sandra Martins, 40. "Desde o começo, tinha medo de que a derrota fosse de lavada. E aconteceu! Ainda bem que estou aqui na Vila, porque, se estivesse em casa, estaria muito pior", disse.

Para sua irmã, a psicóloga Ana Thereza Martins, 27, qualquer torcedor minimamente consciente sabia que a partida contra a Alemanha seria dificílima, quase impossível. "O Hulk errou muito, e o Fred não fez absolutamente nada. Era previsível que perderíamos, mas não imaginava um vexame tão grande."

Baiana de Salvador, Paola Ohy, 40, fazia sua estreia nas festas do Mundial na Vila Madalena como VIP: gastou R$ 60 para entrar no bar São Bento e ver o jogo sentada (homens pagavam R$ 80). Muitos bares e restaurantes, à revelia do que diz o Procon, adotaram a mesma prática –alguns chegaram a cobrar R$ 110 pelo acesso com direito ao consumo de três chopes.

"Fiquei tão revoltada que até peguei emprestada uma bandeira da Alemanha para fazer uma 'selfie'. Quer saber? Está valendo. Tudo aqui vira festa", afirmou Paola, uma das poucas a tentar manter a animação.

O publicitário Alan Ferreira, 41, estava boquiaberto no cruzamento das ruas Aspicuelta e Mourato Coelho, lugar que, em outras partidas da seleção brasileira, costumava ser um dos mais alegres e festivos do bairro.

Vestia verde-amarelo da cabeça aos pés. A bandeira do Brasil virou uma capa. Em uma das mãos, segurava uma réplica da taça. Os olhos, cada vez mais tristes, procuravam um alento na TV ligada longe dali, dentro de um bar.

"Há 20 anos guardo esse uniforme. Pensei que ajudaria a fazer diferença na Copa."

Outros torcedores foram além e queimaram uma bandeira do Brasil no meio da rua, antes mesmo do fim do jogo. O resultado foi postado e compartilhado em redes sociais. Folha UOL

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