Quinta, 28 Março 2024

O jornal A Tribuna de Santos, do dia 08 de dezembro de 1939, há exatamente 72 anos, trazia a notícia da entrada no cais santista do transatlântico germânico Windhuk, que veio disfarçado de navio japonês – o Santos Maru, para passar pelos bloqueios navais britânicos estrategicamente posicionados no Atlântico.

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Vários tripulantes do Windhuk, após o término da Segunda Guerra Mundial, resolveram permanecer no Brasil. Alguns deles ficaram no litoral paulista, contribuindo com seus hábitos e costumes. Somente dois deles ainda estão vivos.


O Windhuk fundeado no Estuário do Porto de Santos no dia 08 de
fevereiro de 1939, ou seja, no dia seguinte de sua entrada. Foto: João
Gabriel Sanches Camacho. Coleção do autor.

Para que o leitor entenda melhor a saga do Windhuk, repriso um artigo com maiores detalhes, que explica melhor esse marcante capítulo da história da cidade de Santos.

Para proporcionar maior originalidade, a grafia da época está mantida. Eis a matéria:

ARRIBOU EM NOSSO PORTO O VAPOR ALEMÃO WINDHUK
Arribou hontem em nosso porto o paquete "Windhuk", de nacionalidade allemã, apresentando-se camouflado.

Até as proximidades da barra arvorava pavilhão japonês e ostentava o nome de “Santos Maru”, simulando tratar-se do conhecido navio  nipponico. No porto, entretanto, apresentou-se com seu verdadeiro pavilhão, mas sem exhibir nome algum, porque o que empregava como disfarce fora momentos antes apagado á pressa. As suas duas chaminés estavam pintadas de preto e branco, com as características perfeitamente iguaes ás usadas pelos navios da Osaka Kaysen, notando-se ainda que em quatro partes do casco de bombordo a pintura, vermelha, contrastava com a cor preta que predominava nas demais partes, parecendo que a cor encarnada fora apresentada para encobrir os pavilhões japoneses que haviam sido pintadas naquelles pontos num retoque essencial para melhor completar a camouflagem.


O transatlântico germânico Windhuk, visto por boreste e com as
cores nas chaminés da armadora japonesa. Foto: João Gabriel Sanches
Camacho. Coleção do autor.

O “Windhuk” encontrava-se na Africa Portuguesa quando fora surprehendido pela deflagração do movimento armado passando depois a fazer rota de guerra, em marcha zig-zag, tendo escalado em Durban, Port Elisabeth, Cap Town e Lobito gastando durante a viagem até nosso porto 108 dias.

O barco germânico, que desloca 9.260 toneladas liquidas, conduz a bordo 35 passageiros, na maioria allemães, e transporta cerca de 5.000 toneladas de cargaas diversas.

Clique aqui para ler a segunda parte deste artigo.

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