Terça, 23 Abril 2024

Aquele que dominar o mar, dominará o Mundo”, escreveu há 350 anos Sir Walter Raleigh (*), afirmativa que permanece verdadeira até hoje.

 

O lança-mísseis USS Canberra, que fazia parte da esquadra

americana que visitou Santos - 1957.

 

Na sétima parte da série 'Assim era o Porto de Santos', o tema abordado é Marinha de Guerra de várias nações, mais precisamente as visitas representadas por suas belonaves.

Santos, por ser uma cidade de grande destaque, sempre foi privilegiada com visitas - quer de cortesia, quer de treinamento - de navios de guerra de bandeiras amigas, como:
- Argentina,
- Uruguai,
- Estados Unidos,
- Reino Unido,
- Canadá,
- Portugal,
- Japão,
- Alemanha,
- Chile,
- Itália,
- França,
- Espanha,
entre outras.

Assim, recebemos no porto santista as seguintes visitas:
- da canhoneira Pátria, da Marinha de Portugal, em 1905;
- do cruzador pesado Repulse, da Marinha britânica, em 1921;
- do cruzador Roma, da Marinha italiana, em 1920;
- da grande esquadra dos Estados Unidos composta de 13 unidades, comandadas pelo cruzador Macon, em 1953; e
- do cruzador Canberra, que foi o primeiro navio de combate armado com foguetes teleguiados a visitar Santos no ano de 1957.

 

A canhoneira Pátria, da Marinha portuguesa, fundeada nas

proximidades do Cais do Armazém 4 da Companhia Docas de

Santos - 1905 (Reprodução: Acervo Jaime Caldas).

 

Nos Anos 60 vieram os cruzadores: Jeanne d’Arc, da Marinha francesa, e o italiano Andrea Doria, que, diga-se de passagem, fez muito sucesso na época.

Isso sem deixar de mencionar os navios-escola, como:
- Juan Sebastian Delcano, da Espanha,
- Sagres I e o Sagres II, de Portugal,
- Liberdad, da Argentina,
- Americo Vespuccio, da Itália, e
- Esmeralda, da Marinha Chilena.

 

O famoso encouraçado São Paulo, navegando no Estuário de

Santos por volta de 1920. Ele fazia par com o Minas Geraes:

ambos foram os mais poderosos do Mundo, na época do seu

lançamento, em 1910 .

 

Não podemos esquecer os gloriosos navios da Marinha brasileira, como:
- os encouraçados São Paulo e Minas Geraes, de 1910;
- o antigo cruzador Bahia;
- os contratorpedeiros de escolta da classe B (Beberibe, Bocaina, Bauru e Bertioga);
- o Marcílio Dias, o Mariz e Barros e o Greenhalg;
- as corvetas Mearim, Forte Coimbra, Imperial Marinheiro; e
- os inesquecíveis cruzadores adquiridos da Marinha dos Estados Unidos e incorporados na Marinha do Brasil em 1952: o Barroso, que foi capitânia da Esquadra brasileira, e Tamandaré, desativados em 1970.

 

O cruzador Repulse, da Armada britânica, ancorado na

altura da Ilha das Palmas, no Porto de Santos, quando

da sua visita - 1922.

 

Vale lembrar que esses dois navios ainda hoje são muito lembrados por terem participado de várias atividades.

Por exemplo: o Barroso, com o prefixo C-11, representou o Brasil na parada naval de coroação da Rainha Elizabeth II em Portsmouth, Inglaterra, em 1953.

O Barroso fez parte das comemorações dos 500 anos do nascimento do Infante Dom Henrique, em Lisboa, Portugal, onde participaram belonaves de vários países.

O glorioso Tamandaré integrou incontáveis missões. Entre elas a de conduzir o presidente Café Filho em visita de cortesia a Portugal em 1955, quando fundeou em frente ao Terreiro do Paço, em Lisboa.

 

Contratorpedeiros de escolta da classe B da Marinha do Brasil

em viagem de treinamento de cadetes da Escola Naval - 1953.

 

Falar sobre navios de combate é um assunto que pende quase para o infinito, pois os casos são muitos.

Ainda lembramos os navios-escola Saldanha da Gama e Guanabara, que foram literalmente verdadeiras escolas de bons marinheiros.

Quanto ao Saldanha da Gama, fez diversas viagens de instrução naval com cadetes da Escola Naval pela Europa e Estados Unidos, até ser substituído pelo Duque de Caxias.

Com relação ao Guanabara, este é o atual Sagres II, da Marinha de Portugal, e representa com muito garbo essa nação.

 

O cruzador britânico Southampton durante manobra de

atracação em meados dos Anos 50.

 

Finalizando, vale lembrar que uma das missões mais importantes da Marinha de Guerra consiste na proteção das vias marítimas dos países a que pertencem.

Na próxima semana serão apresentados nesta coluna Recordar do PortoGente cargueiros que ficaram conhecidos no Porto de Santos.
 
(*) Sir Walter Raleigh (1154-1618) foi um aventureiro inglês. Ele nasceu em Hayes Barton, Devon. Foi responsável por transportar o fumo e a batata da América para a Inglaterra. Tornou-se favorito da rainha Elizabeth I, que lhe concedeu o título de cavaleiro, em 1585 e lhe cargos, terras e privilégios. Escreveu The Discoverie of Guiana (1596) e The History of the World (1614).

Veja mais imagens:


Os gloriosos cruzadores Barroso e Tamandaré, respectiva-
mente ex–USS Philadelphia e ex-USS Saint Louis, atracados
na altura do Cais do Armazém 15 da Companhia Docas de
Santos - 1956.


Belíssima imagem do navio-escola
Guanabara, da Marinha brasileira, atracado
nas proximidades da Alfândega de Santos,
1956. Atualmente é o Sagres II, da Marinha
de Portugal (Reprodução: Foto de José
Dias Herrera, Acervo L. J. Giraud).


Cartão-postal, mostrando a maior esquadra que visitou
Santos, comandada pelo USS Macon. Faziam parte da comitiva
os cruzadores Albany e o porta-aviões Saipan. No total,
foram 13 unidades da Marinha dos Estados Unidos - 1953.


O porta-aviões americano USS Coral Sea, fundeado na
Baía de Santos – 1957.

Fotos: Reprodução L. J. Giraud

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