Quinta, 31 Outubro 2024

Qualquer governo, em qualquer país, dispõe de uma política econômica e de uma política fiscal. Entende-se por política econômica a intervenção do governo na economia com o objetivo de manter elevados níveis de emprego e altas taxas de crescimento econômico com estabilidade de preços. Entende-se por política fiscal a atuação do governo no que diz respeito à arrecadação de impostos e aos gastos.

 

Analisando-se a política econômica pode-se entender, por um lado, que o governo atual teve sucesso, considerando-se o índice oficial de desemprego no país. Por outro lado a que se questionar a veracidade desse índice. Eu não acredito nem na transparência nem no embasamento teórico desse cálculo; mas acredito que realmente o número de desempregados tenha diminuído. Grande número de empresas, de pequeno a grande porte, em razão de sua sobrevivência ou da garantia de um retorno sobre investimento comparável a padrões internacionais, passaram a terceirizar muitas atividades a fim de reduzir seus custos com impostos.

 

Como são considerados os empregados com carteira assinada hoje, que antes prestavam serviços para a mesma empresa que agora os contratou? Se a consideração for de que se gerou um novo posto de trabalho há uma grande falha. Assim, a menos que haja uma avaliação por algum órgão, politicamente independente, creio que o índice está manipulado a favor do governo.

 

Analisando-se ainda a política econômica com relação à taxa de crescimento pode-se observar um real crescimento do PIB nos últimos anos (o Brasil é a 12ª economia mundial). Por exemplo, o PIB em 2004 cresceu 5,2% e, em 2005, cresceu 2,3%, porém o governo atual não pode manipular essa informação dizendo que o país nunca cresceu tanto, pois no ano de 2000, em pleno governo Fernando Henrique, o PIB cresceu 4,36% e nos anos de Itamar cresceu 4,93%, em 1993; 5,85% em 1994 e 4,22% em 1995, segundo fonte www.ipib.com.br

 

Pior ainda é o cenário do PIB per capita, jamais citado pelo governo, o qual, afinal de contas, mostra o grau de riqueza de cada cidadão, em média. Nesse aspecto, o Brasil se encontra num vexatório 54°, atrás de países como Croácia, que mal saiu de guerras horrendas, da Polônia, da Hungria, ou da República Tcheca, país recentemente dividido que está no 39° lugar com o PIB per capita quase o dobro do nosso.

 

Portanto, o governo manipula os dados apenas portando as posições parciais dos índices.

 

Analisando-se ainda o aspecto de estabilidade de preços, dentro da política econômica, pode-se observar que alguns mercados têm aumentado seus preços consideravelmente, em reais, como no caso da indústria automobilística ou como em vários serviços essenciais. Se levarmos em conta os preços em dólar, o crescimento é ainda maior, o que torna mais frágil nossa capacidade competitiva internacional. Sabemos que as exportações, apesar da dificuldade cambial, têm crescido consistentemente nos últimos anos. E isso é positivo. Aí vem o governo e apresenta esse crescimento como fantástico. Em primeiro lugar é preciso entender que comércios internacionais não são movimentos isolados, chamados spot; mas sim um processo de longo prazo de maturação até apresentar resultados satisfatórios.

 

Portanto, não foi esse governo que iniciou e logo obteve bons frutos. Foi sim a continuidade do trabalho já em andamento do governo anterior. Porém, o que deve ser apresentado é que o mercado internacional cresceu, e muito. Nos anos de 1950, o Brasil participava com 2,4% na exportação mundial total e com 1,75% na importação mundial total. Esses percentuais se encontravam, ambos, em míseros 0,9% em 2000 e hoje estão em 1,7% e 0,7% respectivamente. Ou seja, ainda não atingimos o patamar de mais de 50 anos atrás. Conclui-se que o mundo inteiro cresceu muito mais do que nós. Por que? Porque o governo restringe as empresas com sua política econômica e principalmente com sua política fiscal; porque o governo parece não querer que o povo adquira maior capacidade de crescimento com o crescimento industrial, de serviços, comercial e agro. Claro, é muito mais fácil manipular o povo dando cestas básicas, distribuindo dinheiro. Haja manipulação.

 

Analisando-se a política fiscal o governo aperta, cada vez mais, a todos. Aumentou as alíquotas do PIS, do COFINS pagos pelas empresas e obviamente recuperados pelos preços praticados. Não satisfeito com isso manteve a CPMF em níveis absurdos, mantendo sua arrecadação desviada do objetivo inicial colocado pelo médico Adib Jatene, para melhorar a saúde pública. Da mesma forma há um fundo aeronáutico, pago por todos que usam os aeroportos, cujos recursos não foram, como é notório, utilizados ao bem devido.

 

Nada disso seria tão inoportuno se o governo viesse a utilizar essa cordilheira de dinheiro em investimentos inteligentes que pudessem, ao longo do tempo, se reverterem em beneficio da população. Nada disso, o governo cria planos mirabolantes, faz propaganda desses planos como se fossem a salvação esperada. E o povo acredita.

 

O governo poderia, com os recursos que contabilmente dispõe, realizar obras necessárias. No entanto, para onde vai esse dinheiro? Vai para contratação, sem licitação, de obras como o tapa buracos, com preços superfaturados ou desviados; vai para contratação de mais pessoal do PT para ocupar cargos de confiança, sem concurso público; vai para pagar mensalidades ainda não esclarecidas aos companheiros.

 

Pobre país em todos os sentidos. A manipulação é geral. O que mais preocupa é que essa manipulação permeia todos os setores públicos, de tal sorte que, mesmo ao término do atual governo, continuarão seus elementos manipulando os segundos e terceiros escalões, sempre mais preocupados em manter o comando das coisas públicas do que em corrigir rumos para que nossos filhos e netos tenham o orgulho de aqui viver, tenham não só esse orgulho quando se ganha uma medalha de ouro no Pan, mas sempre, todos os dias.

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